Laíre Rosado Filho nasceu em
Mossoró (RN) no dia 28 de agosto de 1945, filho de Jerônimo Laire de Melo
Rosado e Francisca Gurgel Frota Rosado. Em sua família, tradicional na política
do munícipio e do estado, destacaram-se, entre outros, Jerônimo Dix-Huit Rosado
Maia, deputado federal pelo Rio Grande do Norte de 1951 a 1959 e senador pelo
mesmo estado de 1959 a 1967, e Jerônimo Vingt Rosado Maia, prefeito de Mossoró
de 1953 a 1958 e deputado federal também pelo Rio Grande do Norte a partir de
1963.
Laíre Rosado formou-se em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte em 1969. Filiado em 1972 à Aliança Nacional Renovadora (Arena), partido
de sustentação do regime militar implantado no país em abril de 1964, tornou-se
chefe do serviço médico do Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (INAMPS), em Mossoró, em 1976.
Com a extinção do bipartidarismo (29/11/1979), e a reorganização partidária,
transferiu-se, no ano seguinte, para o Partido Democrático Social (PDS), onde
permaneceria até 1985, quando filiou-se ao Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB).
Concorreu, em outubro de 1986, a uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Norte, na legenda do PMDB. Eleito, assumiu em janeiro do ano seguinte
e integrou, ao longo de 1987 e 1988, a Comissão do Desenvolvimento Econômico e
Social. Neste último ano, deixou a Assembleia para assumir a Secretaria de
Habitação e Promoção Social do Rio Grande do Norte, no governo de Geraldo Melo
(1987-1991).
Em outubro de 1990, candidatou-se a uma vaga na Câmara dos Deputados, também na
legenda do PMDB. Eleito, iniciou o mandato em fevereiro de 1991. Membro da
Comissão de Viação e Transportes, Desenvolvimento Urbano e Interior (1991-1992),
na sessão de 29 de setembro de 1992, votou a favor da abertura do processo de impeachment do presidente Fernando
Collor de Melo, acusado de crime de responsabilidade por ligações com um
esquema de corrupção comandado pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial,
Paulo César Farias. Afastado da presidência após a votação na Câmara, Collor
renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do
processo pelo Senado. Foi então efetivado presidente o vice Itamar Franco, que já
vinha exercendo o cargo interinamente desde 2 de outubro.
Laíre Rosado foi também membro da Comissão de Seguridade Social e Família
(1993-1994), que presidiu em 1994, ano em que participou da V Reunião da
Comissão de Saúde do Parlamento Latino-Americano, em Havana, Cuba. Ainda em
1993, integrou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista, encarregada de
verificar a situação do setor farmacêutico. Presidente regional do PMDB,
reelegeu-se em outubro de 1994, assumindo o mandato de deputado federal em
fevereiro do ano seguinte.
Nas votações das emendas constitucionais propostas pelo governo Fernando
Henrique Cardoso em 1995, votou a favor da quebra do monopólio dos governos
estaduais na distribuição de gás canalizado, da quebra do monopólio das
embarcações nacionais na navegação de cabotagem, da quebra do monopólio estatal
das telecomunicações, da quebra do monopólio da Petrobras na exploração de
petróleo e da mudança do conceito de empresa nacional. Em novembro de 1995,
votou a favor da prorrogação por 18 meses do Fundo Social de Emergência (FSE),
rebatizado de Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), que permitia que o governo
gastasse 20% da arrecadação de impostos, sem que estas verbas ficassem
obrigatoriamente vinculadas aos setores de saúde e educação.
Membro das comissões de Seguridade Social e Família (1995) e de Agricultura e
Política Rural (1996), afastou-se da Câmara em outubro de 1996, para ocupar a
pasta de Agricultura e Abastecimento do Rio Grande do Norte durante o governo
de Garibaldi Alves Filho (1995-1999). De volta ao exercício do mandato em abril
de 1998, reassumiu seu lugar na Comissão de Agricultura e Política Rural. Sua
vaga foi ocupada pelo suplente João Faustino.
Em novembro deste mesmo ano, Laíre Rosado votou a favor do teto de 1.200 reais
para aposentadorias no setor público e o estabelecimento de idade mínima e
tempo de contribuição para o setor privado, itens fundamentais para a definição
da reforma da previdência.
Nas eleições de outubro de 1998, reelegeu-se deputado federal na legenda do
PMDB. Assumindo o mandato em fevereiro de 1999,
Em outubro de 2002, candidatou-se
vice-governador na chapa liderada por Fernando Freire (PPB), pela legenda do
PMDB, mas perdeu as eleições para Vilma Maria de Faria (PSB). Permaneceu na
Câmara dos Deputados até 31 de janeiro de 2003, ao término de seu mandato.
Em 2004 foi citado
como diretor-geral de O Mossoroense.
Neste jornal, além da diretoria, atuava como escritor de uma coluna diária de
assuntos variados. Por sua vez, na TV Mossoró tornou-se apresentador do
programa “Cenário” e, em uma estação de rádio, assumiu a função de comentarista
no programa “Observador Político”.
Em maio de 2005 foi empossado como secretário estadual da Agricultura, Pecuária
e Pesca (Sape), no governo de Vilma de Faria. Entretanto, esta atividade foi
interrompida no dia 14 de agosto de 2006, diante das denúncias de seu
envolvimento na “máfia das ambulâncias”, para não prejudicar a campanha à
reeleição da governadora.
Em maio de 2006, Laíre
Rosado foi acusado de pertencer ao grupo de ex-parlamentares envolvidos num
esquema de corrupção que ficou conhecido por “Máfia dos sanguessugas”. Segundo
denúncias, a empresa Planam, pertencente à família do empresário Luiz Antônio
Vedoin, foi responsável pela venda de ambulâncias para ONGs e prefeituras em
várias regiões do país. Em contrapartida, ex-deputados teriam participado do
esquema recebendo propina em troca da elaboração de emendas que beneficiavam a
empresa.
De acordo com a
acusação do Ministério Público Federal, a partir de uma emenda parlamentar de
autoria de Laíre Rosado, o Ministério da Saúde teria repassado a importância de
quatrocentos mil reais à Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e
Infância de Mossoró (Apamim) para aquisição de materiais de consumo e
medicamentos. Após licitação, autorizada pelo presidente da instituição
Francisco de Andrade Silva Filho, na época casado com a Larissa Rosado (filha
de Laíre Rosado), apresentou-se como vencedora a empresa Frontal Indústria e
Comércio Móveis Hospitalares Ltda., do empresário Ronildo Pereira Medeiros, com
sede em Cuiabá (MT). No esquema, a Frontal Ltda. recebia a parcela estabelecida
no acordo, emitia as notas fiscais, mas não entregava os medicamentos a Apamim.
Procedimento idêntico foi adotado na Fundação Vingt Rosado, também de
propriedade do ex-deputado Laíre Rosado.
Em ambos os casos, Luiz Antônio Vedoin, que
comandava o esquema, foi apresentado como o “representante de fato” da empresa
beneficiada pelas licitações. E, nas declarações fornecidas ao Ministério
Público, acusou Laíre Rosado de receber 10% do valor estabelecido em contrato,
sob a forma de comissão pelo serviço prestado. Por esse motivo, em 9 de
novembro de 2007, o juiz federal substituto decretou a a indisponibilidade dos
bens e direitos de Laíre Rosado e mais 15 pessoas, que teriam causado um
prejuízo ao patrimônio público superior a quatro milhões de reais.
Casou-se com Sandra
Maria da Escóssia Rosado, que foi deputada federal pelo PMDB de 2003-2007 e a
partir deste ano pelo PSB, com quem teve quatro filhos.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1995-1999); Diário
de Natal (18/8/06); Folha de S.
Paulo (14/1/96, 30/1/97, 29/9/98); Isto
É (9/3/08); Jornal de Fato (6/8/08); O Mossoroense (27/5/05, 20/8/06).
INTERNET. Portal Congresso em foco www.congressoemfoco.ig.com.br/,
acessado em 3/9/09; Portal da Procuradoria da República no Rio Grande do Norte
disponível em www.prrn.mpf.gov.br/, acessado em 3/9/09; Portal do Governo do
Estado do Rio Grande do Norte disponível em www.rn.gov.br/,acessado em
3/9/09.
FONTE - FGV
CARLOS FREDERICO ROSADO DO AMARAL